No CAGED de outubro de 2024, publicado ontem, que apresenta os dados de empregabilidade do mercado de trabalho da economia de Campos dos Goytacazes (RJ), observa-se que o saldo líquido de empregos em 2023 registrou uma retração de 366 postos de trabalho. Em outubro deste ano, os números negativos se agravaram, atingindo um total de 1.147 empregos formais perdidos, o que é extremamente preocupante para uma cidade que já enfrenta altos índices de desemprego e um grande número de pessoas inscritas no CADÚNICO, em situação de vulnerabilidade social.
Os segmentos econômicos que mais demitiram em outubro de 2024 foram a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, repetindo o mesmo cenário observado em outubro de 2023. Entretanto, conforme demonstrado no gráfico, a conjuntura da empregabilidade piorou consideravelmente neste ano. Isso evidencia, mais uma vez, a forte dependência da economia campista do setor sucroalcooleiro. Os trabalhadores contratados para a safra, que iniciou em maio de 2024, começam a ser desligados entre setembro e outubro, conforme apontado pela pesquisa do CAGED referente ao último mês.
É válido ressaltar que essa conjuntura é profundamente desconfortável para a sociedade campista. Perder empregos às vésperas das festas natalinas reduz a massa salarial da economia local, impactando negativamente o comércio e o bem-estar da população. Além disso, as demissões em massa são cruéis e desumanas, ressaltando a necessidade urgente de ações estruturantes para diversificar e fortalecer a economia do município.
OUTROS PONTOS
Campos, sob a administração de Wladimir Garotinho, vem enfrentando um final de ano amargo. Até mesmo algumas ambulâncias e viaturas do IMTT estão paradas devido à falta de combustível e/ou manutenção, já que os fornecedores suspenderam a prestação de serviços por conta de constantes atrasos nos pagamentos por parte da prefeitura. Essa situação agrava ainda mais a já estagnada economia da cidade, que depende fortemente da prefeitura como principal empregadora e geradora de receita, resultando na redução da circulação de dinheiro.
Por fim, é pertinente considerar que Campos segue na contramão da maioria dos municípios brasileiros, que hoje apresentam a menor taxa de desemprego desde o início do levantamento em 2012. Segundo os últimos dados divulgados pelo IBGE (29/11/2024), a taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,2%.
Como diz o ditado, Campos "cresce como rabo de cavalo: para baixo". POBRE CIDADE RICA! Para onde vão seus bilhões?
Fonte: Coluna do economista José Alves de Azevedo, Jornal Aurora.