A falta de combustível no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Campos é mais do que um contratempo logístico; é um sintoma de uma administração pública que negligencia suas responsabilidades mais básicas. Sem recursos para abastecer veículos essenciais, serviços fundamentais, como o carro fumacê e o recolhimento de animais, estão paralisados, expondo a população a riscos desnecessários e evitáveis. A situação é inaceitável em uma sociedade que exige eficiência e responsabilidade de seus gestores.
A interrupção do carro fumacê, por exemplo, coloca a cidade em risco iminente de surtos de doenças transmitidas por mosquitos, como dengue, zika e chikungunya. Em um país tropical como o Brasil, onde epidemias são uma ameaça constante, a ausência desse serviço é um ato de descaso com a saúde pública. Quanto custa para a administração municipal reabastecer um veículo comparado ao impacto de uma crise sanitária?
Além disso, a paralisação dos veículos que deveriam recolher animais nas ruas agrava problemas de segurança e saúde pública. Animais abandonados representam risco de acidentes, transmissão de doenças e, em muitos casos, sofrem maus-tratos. O CCZ deveria ser um pilar de proteção para esses animais e para a sociedade, mas sua incapacidade de operar revela a fragilidade estrutural de um órgão já sobrecarregado e subvalorizado.
O silêncio da Prefeitura de Campos frente ao questionamento da imprensa é um capítulo à parte nessa tragédia administrativa. A falta de transparência sobre o motivo do desabastecimento reflete uma postura de desrespeito não apenas aos servidores do CCZ, mas a toda a população que depende dos serviços prestados pelo órgão. O mínimo que se espera de uma gestão responsável é a comunicação clara sobre problemas e as medidas sendo tomadas para solucioná-los.
Essa situação expõe a urgente necessidade de reformas na gestão pública local. O descaso não pode ser normalizado, especialmente quando vidas humanas e animais estão em risco. A população de Campos merece respostas, ações concretas e, acima de tudo, uma administração que priorize o bem-estar coletivo. A continuidade desse caos é mais uma prova de que, sem pressão popular e responsabilização, o colapso de serviços essenciais continuará sendo a norma.
Fonte: Denúncias