A Secretaria de Governo de Campos dos Goytacazes protagonizou mais um episódio de desrespeito ao funcionalismo público ao obrigar todos os trabalhadores a comparecerem à inauguração da Ponte da Integração nesta quarta-feira (14). A convocação absurda foi feita por meio de uma mensagem enviada de um número funcional da Prefeitura, com o tÃtulo "Convocação Geral", deixando claro que a presença não era opcional.
O conteúdo da mensagem beira o surrealismo e a arbitrariedade:
"Amanhã TERÇA-FEIRA estão todos convocados para comparecer na secretaria de governo e todos participarão da convocação para a inauguração da ponte junto com o prefeito e o Governador. Levem frutas, salgados, refrigerante da preferência de vocês porque o mutirão de convocação é para que todos participem sem desculpas para ter que sair para fazer lanche. Vamos trabalhar com a barriga cheia. Quem visualizou já deu ciência e favor comparecer."
Além do tom coercitivo, a mensagem insinua que não haverá margem para ausências, já que quem visualizasse estaria automaticamente ciente da "obrigação". O aviso ainda pede que os próprios servidores levem alimentos, em uma tentativa de eliminar qualquer justificativa para se ausentar do evento.
Para quê tanta gente na Secretaria de Governo?
O episódio levanta um questionamento inevitável: por que há tantos servidores na Secretaria de Governo de Campos? E, mais do que isso, o que, de fato, fazem essas pessoas no dia a dia?
Se há um número tão expressivo de trabalhadores a ponto de serem convocados para um evento como este, é legÃtimo questionar a real necessidade de tantos funcionários na pasta. Afinal, são recursos públicos que bancam essa estrutura, e o contribuinte tem o direito de saber como seu dinheiro está sendo empregado.
A inauguração da Ponte da Integração é um evento importante para a região, mas deveria ser um momento de celebração espontânea e não um espetáculo montado à base de imposições e ameaças veladas. O uso da máquina pública para inflar plateias e criar cenários artificiais é um velho truque da polÃtica, mas continua sendo uma prática inaceitável.
Resta saber se os servidores aceitarão passivamente essa imposição ou se haverá resistência a mais esse abuso de poder.