A podridão que se instalou no presídio de Igarassu, em Pernambuco, é uma prova irrefutável de que o Brasil está sendo conduzido por um sistema de justiça que não se importa com a vida do cidadão comum (ASSISTA AO VÍDEO AQUI). Estamos falando de um presídio onde traficantes, assassinos e outros criminosos de alta periculosidade viveram como reis, enquanto a sociedade assistia, impotente, à verdadeira farra da impunidade. Festas com regalias inimagináveis, uma vida de luxo nas celas e uma rede de corrupção que envolvia os próprios responsáveis pela segurança. Os detentos, que deveriam estar sendo punidos por seus crimes, estavam, na verdade, sendo premiados pela falência do sistema penal.
Como permitir que agentes penitenciários, que deveriam ser os guardiões da ordem, se tornem cúmplices da criminalidade? O que vimos nesse caso foi um total desrespeito às leis e à sociedade. Um esquema de corrupção onde os agentes não apenas aceitavam propina, mas ajudavam a manter o tráfico de drogas dentro da prisão, a produção de crack, e a circulação de celulares e outros bens proibidos. Tudo isso, enquanto a população em geral enfrenta um sistema carcerário falido, onde a superlotação, as condições precárias e a falta de acesso à justiça são as únicas certezas.
Essa história é o retrato de um país que, ao invés de punir quem comete crimes, premia aqueles que conseguem se infiltrar nos mecanismos de poder e transformar a prisão em um playground de bandidos. A revelação de que o diretor do presídio estava diretamente envolvido no esquema é a cereja do bolo dessa aberração. Ele, que deveria garantir a ordem e a punição dos criminosos, era, na verdade, o maior mentor do tráfico e das festas. Um líder da impunidade. Enquanto isso, a população paga com seu silêncio e sua indignação o preço de um sistema de justiça que falha em todos os níveis.
E o que dizer daqueles que foram responsáveis por permitir que esse cenário se arrastasse por sete anos? Como aceitar que esses criminosos, com o apoio de agentes e diretores, tenham conseguido continuar seus negócios ilícitos dentro de um presídio? A Polícia Federal pode até ter feito o papel de "herói" ao prender alguns desses envolvidos, mas o dano já estava feito. Durante sete anos, o sistema carcerário se tornou um verdadeiro palco para a perpetuação do crime, e a sociedade, mais uma vez, foi deixada à mercê dessa negligência estrutural.
É inconcebível que, em um país que se diz democrático, a corrupção tenha se infiltrado de forma tão profunda nas instituições. O sistema penitenciário, ao invés de ser um lugar de punição e recuperação, se tornou um ponto de encontro para criminosos e agentes corruptos. O Brasil precisa acordar para essa realidade cruel e inaceitável. O que está em jogo aqui não são apenas as regalias de alguns detentos, mas a própria confiança da população em um sistema que deveria ser o pilar da justiça. Estamos diante de um quadro alarmante que exige mudanças drásticas, mas, acima de tudo, exige responsabilidade de todos os envolvidos.