A população de Cardoso Moreira foi vítima de um verdadeiro golpe tributário. O aumento abusivo do IPTU, em alguns casos superior a 100%, escancarou a incompetência, a falta de transparência e, possivelmente, a má-fé da administração municipal. A prefeita Geane Vincler, com o respaldo da Câmara de Vereadores, aprovou um projeto de lei vendido à população como um alívio fiscal, mas que, na prática, resultou em uma carga tributária sufocante. O procurador-geral do município, Dr. Rodrigo Gentil, chegou a prometer um desconto de 75%, usando como base uma legislação de 2020 cuja existência e aplicabilidade permanecem nebulosas.
A sensação de traição é inevitável. A população confiou em promessas públicas, amplamente divulgadas em vídeos e discursos oficiais, apenas para descobrir que tudo não passava de uma cortina de fumaça. A Câmara de Vereadores, cujo papel deveria ser fiscalizar e proteger os interesses da sociedade, se mostrou um verdadeiro balcão de negócios políticos, aprovando um projeto sem a devida análise crítica. A falta de preparo técnico dos parlamentares e de suas assessorias contribuiu para que um desastre fiscal fosse legitimado sem resistência.
Como se não bastasse o confisco tributário disfarçado de "medida de sensibilidade social", a atual gestão municipal ainda se vê envolvida em escândalos de superfaturamento. A compra de potes de manteiga por absurdos R$ 37, os atrasos no pagamento de fornecedores e o sucateamento dos serviços públicos evidenciam uma administração desastrosa, possivelmente comprometida com interesses escusos. O aumento do IPTU, longe de ser uma necessidade administrativa, parece mais um esforço desesperado para cobrir rombos financeiros e bancar despesas políticas questionáveis.
O silêncio cúmplice dos vereadores e a passividade das autoridades de fiscalização demonstram que a corrupção e a má gestão encontram terreno fértil em Cardoso Moreira. A indignação popular, se não convertida em pressão política real, corre o risco de cair no esquecimento, como tantas outras crises já abafadas por discursos vazios e manobras políticas. O contribuinte, esmagado pela irresponsabilidade dos gestores públicos, paga a conta enquanto os responsáveis seguem impunes.
A sociedade não pode mais tolerar esse tipo de desmando. O episódio do IPTU é um retrato fiel de como a política local pode se tornar um instrumento de opressão contra aqueles que deveria servir. Se os moradores de Cardoso Moreira não se mobilizarem para exigir transparência, responsabilidade e justiça, a cidade continuará refém de uma elite política que governa de costas para o povo.
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