A polĂtica de Cardoso Moreira viveu um de seus momentos mais reveladores na Ășltima sessão da Câmara Municipal. A repercussão da entrevista concedida pela advogada Dra. Ăngela Campos ao programa A Voz de Campos parece ter acendido um alerta no nĂșcleo duro do governo municipal, que se apressou em reagir à crĂtica pĂșblica ao aumento do IPTU.
Segundo fontes ouvidas pela reportagem, a resposta do Executivo não foi institucional nem propositiva, mas simbólica e defensiva: servidores comissionados e contratados foram convocados para encher as galerias da Câmara, com a missão informal de aplaudir aliados, criar clima de apoio e abafar manifestações crĂticas. O movimento, comandado por um secretĂĄrio municipal, buscava demonstrar força, mas acabou revelando o oposto.
A sessão transcorreu sob clima de ensaio polĂtico: palmas ensaiadas, gestos sincronizados e discursos governistas ovacionados por uma plateia cuidadosamente organizada. Enquanto isso, projetos de impacto direto no bolso da população eram votados sem grande debate. Para observadores atentos, o episódio escancarou o uso de servidores como escudo polĂtico, além de um temor evidente da liberdade de imprensa e da mobilização popular.
O estopim de toda essa movimentação foi a promessa da equipe da Rede Aurora de visitar a cidade e entrevistar os vereadores. A simples possibilidade de uma imprensa ativa operando no território parece ter causado desconforto nos bastidores do poder. Em vez de argumentos, veio o teatro. Em vez de diĂĄlogo, veio a encenação.
Com isso, Cardoso Moreira se vĂȘ diante de uma pergunta incômoda: quando o poder prefere montar plateias em vez de ouvir a população, o que exatamente ele estĂĄ tentando esconder?