A confirmação da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Campos dos Goytacazes, prevista para as 15h desta segunda-feira (14), tem provocado uma onda de reações negativas entre os moradores do município. Mesmo com a inauguração de um novo campus da Universidade Federal Fluminense (UFF) — um marco para o desenvolvimento da educação superior na região — a passagem de Lula pela cidade ocorre sob forte rejeição popular.
Campos é historicamente um reduto conservador, com amplo apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro nas duas últimas eleições presidenciais. Em 2018, Bolsonaro obteve 64,87% dos votos no segundo turno. Em 2022, o cenário se repetiu com 63,14% dos votos válidos para o ex-mandatário, confirmando o perfil político da cidade e, em grande parte, explicando a recepção fria ao atual presidente.
Nas redes sociais, a visita tem sido alvo de críticas e ironias, refletindo o descontentamento de uma parcela significativa da população. O episódio revela a dificuldade do governo em se conectar com regiões onde o conservadorismo político está profundamente enraizado, mesmo quando a pauta em questão — como a expansão do ensino superior — traz benefícios concretos à comunidade.
A situação se agrava diante do cenário nacional: a desaprovação ao governo Lula alcançou 56%, segundo a mais recente pesquisa Genial/Quaest. Desde julho do ano passado, a rejeição cresceu 13 pontos percentuais, evidenciando o desgaste da imagem presidencial, especialmente em áreas onde o PT já enfrentava resistência histórica.
A agenda institucional, portanto, deverá ocorrer em clima de tensão política e manifestações veladas, com o novo campus da UFF ofuscado, em parte, pela impopularidade do chefe do Executivo. Ainda assim, o evento marca um avanço importante para a educação em Campos, mesmo que o simbolismo político da visita divida a opinião pública.