A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao município de Campos é marcada por uma movimentação incomum: diversos ônibus com placas de outras cidades chegaram nas primeiras horas da manhã, transportando grupos organizados de apoiadores (ASSISTA AO VÍDEO AQUI). A cena levantou suspeitas de que a presença desses manifestantes não foi espontânea, mas sim coordenada para criar uma recepção calorosa e evitar constrangimentos, como vaias e protestos.
De acordo com relatos de moradores e imagens divulgadas nas redes sociais, os veículos vieram de municípios vizinhos e até de regiões mais distantes. Muitos dos passageiros exibiam bandeiras de sindicatos e camisetas padronizadas, o que reforça a tese de que se trata de uma "claque" — grupo contratado ou mobilizado para aplaudir.
A estratégia não é nova. Em momentos politicamente sensíveis, especialmente quando a popularidade do governo é alvo de críticas locais, organizadores aliados recorrem a esse tipo de articulação para minimizar manifestações de descontentamento. Em Campos, onde há reclamações recorrentes sobre promessas não cumpridas e obras paralisadas, a expectativa era de que o presidente fosse recebido com frieza — ou até hostilidade.
Enquanto a base aliada comemora o sucesso visual do evento, opositores e parte da população questionam a autenticidade da recepção. "É fácil fazer festa com torcida comprada", disse um comerciante da área central. "A realidade do povo está longe de aplausos."
O uso de recursos públicos ou sindicais para financiar transporte e mobilização política também poderá ser alvo de questionamentos, inclusive por órgãos de controle.