O Ministério PĂșblico do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) solicitou a extinção, sem anĂĄlise de mérito, do Mandado de Segurança impetrado pela vereadora Thamires Rangel (PMB), que tentava suspender a tramitação da reforma administrativa na Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes (LEIA A MANIFESTAÇÃO NA ĂNTEGRA AQUI). A manifestação do órgão, divulgada nesta segunda-feira (14), afirma que o pedido da parlamentar não encontra respaldo jurĂdico no ordenamento vigente.
Segundo o MPRJ, o Mandado de Segurança não pode ser utilizado para questionar o conteĂșdo de projetos de lei ainda em tramitação, limitando-se a vĂcios formais ou procedimentais. A argumentação se apoia em jurisprudĂȘncia do Supremo Tribunal Federal (STF), que veda o controle preventivo de constitucionalidade por meio dessa ferramenta judicial.
A vereadora alegava falta de transparĂȘncia na proposta encaminhada pelo Executivo, mas a Câmara e a Prefeitura apresentaram documentos que, segundo eles, comprovam a viabilidade orçamentĂĄria e financeira da reforma. Ainda assim, o Ministério PĂșblico reforçou que, mesmo que tais documentos fossem insuficientes, o debate sobre o conteĂșdo deveria ocorrer no plenĂĄrio legislativo, e não no JudiciĂĄrio.
O parecer do MPRJ fortalece o rito legislativo e representa um sinal claro de que tentativas de judicializar o debate polĂtico sem base formal correm o risco de naufragar. Caso o JudiciĂĄrio aceite o entendimento do Ministério PĂșblico, a reforma segue seu curso no Legislativo, com impactos diretos na estrutura administrativa do municĂpio e no equilĂbrio entre os poderes locais.