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OPERAÇÃO SEM DESCONTO EXPÕE MEGAESQUEMA DE R$ 6,3 BI NO INSS.

Presidente do INSS é afastado e CGU revela como servidores facilitaram fraudes em descontos associativos.

Por Redação em 23/04/2025 às 13:41:04

Uma das maiores operações de combate à corrupção no setor previdenciário brasileiro, a "Operação Sem Desconto", revelou um esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, entre 2019 e 2024. Com prejuízos estimados em R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos e aos beneficiários do INSS, a ação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União resultou no afastamento do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e de cinco servidores da alta cúpula da autarquia.

A investigação identificou que entidades de classe, em conluio com servidores públicos, aplicavam mensalidades não autorizadas diretamente nos benefícios de segurados. O esquema operava com base na omissão de consentimento formal dos aposentados e no uso de sistemas defasados, sem autenticação digital. A prática, que perdurou por mais de cinco anos, afetou milhões de beneficiários, especialmente os mais vulneráveis.

Ao todo, a operação mobilizou 700 agentes da PF e 80 auditores da CGU, com 211 mandados de busca e apreensão, seis prisões temporárias e sequestro de bens superiores a R$ 1 bilhão. A abrangência da ação em 14 unidades da Federação revela a dimensão sistêmica da fraude e a falência dos mecanismos internos de controle do INSS, especialmente na Diretoria de Benefícios.

A repercussão imediata da operação gerou uma explosão de queixas e pressionou o governo por medidas urgentes de reparação. Dados oficiais apontam um crescimento de mais de 270% nas reclamações por descontos indevidos no último ano, tornando evidente a necessidade de reestruturação administrativa e tecnológica do instituto.

Especialistas apontam que o episódio marca um divisor de águas na relação entre Estado e segurado. Com a credibilidade do INSS abalada, o desafio agora é reconstruir a confiança pública, garantir o ressarcimento das vítimas e estabelecer um novo modelo de governança, baseado em transparência, tecnologia e responsabilização efetiva.

Fonte: UOL (clique aqui)

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