Uma grave denĂșncia registrada no Cartório Eleitoral de São Francisco de Itabapoana (SFI), no Norte Fluminense, pode abalar os alicerces da polĂtica local (LEIA AQUI). A comerciante Eliana Moreira Albernaz da Conceição, de 58 anos, afirmou que foi usada como "candidata laranja" nas eleições municipais de 2024, apenas para que o partido Solidariedade (SD) atingisse a cota mĂnima de candidaturas femininas. Segundo ela, a então candidata a prefeita Yara Cinthia Rocha Nogueira prometeu um emprego em troca da fraude.
Eliana, que concorreu com o nome de urna "Eliana Bonita" e obteve apenas sete votos, declarou ainda que, dois dias antes do pleito, recebeu R$ 2 mil para comprar votos em favor de Yara. O valor, segundo o relato, teria sido repassado a mando da própria candidata, o que caracteriza possĂvel crime de corrupção eleitoral, além da fraude à cota de gĂȘnero.
Se comprovadas as acusações, Yara Cinthia poderĂĄ ter o diploma cassado, perder o cargo de prefeita e ser declarada inelegĂvel por até oito anos. A denĂșncia também coloca em risco o mandato dos trĂȘs vereadores eleitos pelo partido: Eleno, Alexandre Barrão (presidente da Câmara) e Mazinho de Caboclo, todos beneficiados pela mesma chapa.
O caso deverĂĄ ser investigado pelo Ministério PĂșblico Eleitoral, que poderĂĄ ingressar com ação na Justiça Eleitoral. A legislação prevĂȘ punições severas para fraudes relacionadas à cota de gĂȘnero, incluindo a anulação de todos os votos da legenda envolvida. Precedentes recentes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aumentam a expectativa de desdobramentos contundentes.
A denĂșncia reacende o debate sobre o uso indevido das candidaturas femininas e os mecanismos de perpetuação de prĂĄticas eleitorais ilĂcitas no interior do estado. A população de SFI aguarda agora o desenrolar das investigações que podem reconfigurar o cenĂĄrio polĂtico do municĂpio.
Fonte: DenĂșncias