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Deputado Gilvan da Federal tem mandato suspenso por três meses

Por Campos 360 News em 06/05/2025 às 18:56:33

Por 15 votos favorĂĄveis e quatro contrĂĄrios, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados decidiu nesta terça-feira (6) afastar o deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) do mandato por trĂȘs meses.

O deputado foi representado pela direção da Casa devido a "declarações gravemente ofensivas, difamatórias e desonrosas contra a deputada licenciada Gleisi Hoffmann.

Durante reunião da Comissão de Segurança PĂșblica e Combate ao Crime Organizado da Câmara, no dia 29 de abril, o deputado se referiu à deputada dizendo "que devia ser uma prostituta do caramba".

Segundo o relator da proposta, deputado Ricardo Maia (MDB-BA), a atitude de Gilvan foi incompatĂ­vel com o decoro parlamentar.

"Os fatos vão além de uma simples divergĂȘncia polĂ­tica ou de um embate retórico acalorado", considerou Maia. "As manifestações ultrapassam os limites da liberdade de expressão parlamentar, com ataques pessoais e desqualificação moral, por meio de termos ofensivos e desrespeitosos, que ferem a dignidade das autoridades atingidas e comprometem os valores institucionais da Câmara dos Deputados", disse o relator.

O relatório diz ainda que a punição é uma medida cautelar proporcional e necessĂĄria para conter abusos "que afrontam a função representativa, desmoralizam o Parlamento e ameaçam a integridade do processo legislativo".

Inicialmente, a punição pedida pela Mesa Diretora da Casa determinava o afastamento cautelar do mandato por seis meses. Mas o relator recomendou a suspensão por trĂȘs meses. Segundo Maia, a pena traduz uma resposta firme e simbólica à gravidade dos fatos.

"Trata-se de medida legĂ­tima, proporcional e necessĂĄria, que visa preservar a dignidade da representação parlamentar e zelar pela integridade da instituição legislativa perante o povo brasileiro", argumentou.

A decisão da Comissão serĂĄ encaminhada para a mesa diretora da Casa, que definirĂĄ o inĂ­cio da punição.

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Defesa

Em sua defesa, o deputado Gilvan disse que o processo era inepto, pois não havia citado diretamente a deputada. Gilvan argumentou ainda que o pedido de afastamento foi feito de forma açodada

"Instaurou-se um processo sancionador, desprovido de provas cabais a demonstrar a quebra de decoro do Reclamado, consubstanciadas unicamente em indĂ­cios que maculam a finalidade do objetivo traçado", disse.

Durante a sessão, o deputado disse ainda que mudaria o comportamento. "Aquela mudança de comportamento que me comprometi jĂĄ comecei a fazer aqui no Conselho de Ética", disse.

Outros casos

Gilvan jĂĄ foi agente de outros atos violentos. Durante outra sessão da Comissão de Segurança PĂșblica, na Câmara dos Deputados, o parlamentar desejou a morte do presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva.

A declaração foi feita ao comentar a ausĂȘncia de provas acerca dos planos de assassinatos de Lula, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em 2022. O plano foi descrito em denĂșncia oferecida pela PGR contra acusados de tentativa de golpe de Estado, em fevereiro deste ano.

O episódio levou a Advocacia-Geral da União (AGU) a encaminhar uma notĂ­cia de fato à PolĂ­cia Federal (PF) e à Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR) solicitando providĂȘncias cabĂ­veis contra o deputado.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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