Coluna Edmar Ptak

PAMPOLHA NO TCE-RJ SERÁ UM ULTRAJE À INTELIGÊNCIA DO CIDADÃO FLUMINENSE.

TCE-RJ, a casa dos favores escancarada, possivelmente entregue ao vice-governador sem diploma.

Por Redação em 07/05/2025 às 14:04:42

Uma aberração institucional estĂĄ em curso (ASSISTA AO VÍDEO AQUI). O vice-governador do Estado do Rio de Janeiro, Thiago Pampolha, um polĂ­tico profissional sem qualquer comprovação de saber técnico relevante, quer se encostar em uma poltrona vitalĂ­cia no Tribunal de Contas do Estado. Um dos cargos mais estratégicos e bem pagos da RepĂșblica pode cair no colo de um apadrinhado que sequer concluiu o curso de Direito. Sim, o cidadão que fiscalizarĂĄ bilhões em contas pĂșblicas pode nem ter um diploma. Isso é mais do que um erro. É um crime moral contra o povo fluminense.

Não se trata de escolha por mérito. Trata-se de loteamento de poder. Pampolha foi deputado, foi secretĂĄrio — e foi, sobretudo, fiel. Fiel ao jogo polĂ­tico que transforma instituições em cartórios de compadrio. Ele não tem produção técnica, não tem experiĂȘncia qualificada. Seu notório saber é o notório saber da conveniĂȘncia polĂ­tica. É o saber de como se manter no poder, de como agradar aliados, de como ignorar o povo. É o saber da polĂ­tica velha, podre, corrupta.

A pergunta é simples e devastadora: como um estudante de Direito pode ser indicado para o cargo mĂĄximo de fiscalização de contas pĂșblicas no Estado? A resposta é brutal: porque neste sistema apodrecido, o mérito morreu. A técnica foi enterrada. O concurso virou teatro. A moral virou piada. E quem ri por Ășltimo são os donos do Estado, que usam cargos pĂșblicos como heranças de famĂ­lia e jogam a dignidade do povo na lata de lixo.

A indicação de Pampolha ao TCE é mais do que vergonhosa. É um atentado contra qualquer noção de decĂȘncia. É a consagração do cinismo institucional. É a assinatura de que o Estado não é do povo, é da quadrilha. E quando a fiscalização é entregue aos amigos, o roubo vira rotina, a miséria vira plano, e a justiça vira piada de mau gosto.

É urgente que a sociedade, o Ministério PĂșblico e o JudiciĂĄrio se levantem contra essa nomeação. Não se trata apenas de barrar Thiago Pampolha, mas de impedir o avanço de uma cultura polĂ­tica que desdenha da lei e da inteligĂȘncia popular. O TCE precisa de técnicos, não de apadrinhados. O passado jĂĄ mostrou o mal que isso pode causar, basta lembrar do conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão acusado de envolvimento para matar a Vereadora Marielle Franco. E também os conselheiros do TCE-RJ José Gomes Graciosa, Aloysio Neves, Domingos Brazão (novamente!), José MaurĂ­cio de Lima Nolasco e Marco Antonio Barbosa de Alencar, conselheiros afastados em 2017 na operação da Quinto de Ouro, mas autorizados a retornar em 2021 após decisão do STF.

Se essa nomeação passar, o povo deve saber: o Tribunal de Contas estarĂĄ morto. SerĂĄ mais um triste capĂ­tulo no jĂĄ tão manchado histórico do TCE-RJ. SerĂĄ apenas mais um gabinete de favores, protegido por toga, salĂĄrio vitalĂ­cio e impunidade. O Rio de Janeiro grita por socorro. E ninguém ouve. Porque estão todos muito ocupados comprando silĂȘncio com cargos pĂșblicos. Vergonha. Nojo. Indignação.

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