O Rio de Janeiro, um estado historicamente marcado por gestões caóticas e controversas, diversas prisões de governadores e crises fiscais recorrentes, agora enfrenta um déficit orçamentário astronômico de nada menos que R$ 14,6 BILHÕES para 2025. O governador Cláudio Castro, em uma tentativa de mostrar "transparência", se vangloria por ser o primeiro gestor a apresentar um orçamento deficitário. No entanto, o que deveria ser uma demonstração de responsabilidade acaba por escancarar uma administração que, em vez de atacar as raízes do problema, parece refém de políticas ineficientes e de um planejamento negligente, para não dizer coisa pior.
É inaceitável que, em um estado com uma arrecadação robusta de ICMS, prevista em R$ 49,47 BILHÕES, e royalties do petróleo estimados em R$ 27,25 BILHÕES, a renúncia fiscal alcance absurdos R$ 22,82 BILHÕES. Enquanto o governo abre mão de receitas cruciais, a população sofre com serviços públicos precários e insuficientes. Esse cenário revela a falta de comprometimento com uma gestão fiscal responsável, priorizando benefícios a setores privilegiados em detrimento do bem-estar social.
As áreas de Segurança Pública, Saúde e Educação, apontadas como prioritárias, continuam subfinanciadas. A Educação, por exemplo, receberá apenas R$ 10,58 bilhões, valor insuficiente para superar os desafios de uma rede escolar sucateada. Na Saúde, a substituição gradual das Organizações Sociais (OSs) até 2026 é um avanço, mas por que demorou tanto para implementar uma medida que já deveria ter sido tomada há anos? Essa demora não só demonstra ineficiência, mas também prejudica diretamente a população que depende do sistema público.
Outro ponto alarmante é o gasto exorbitante com a Previdência Social, previsto em R$ 31,8 BILHÕES. Apesar de ser uma obrigação constitucional, a incapacidade de implementar reformas administrativas para controlar despesas com pessoal mostra a falta de visão estratégica do governo. O discurso de "realismo" do orçamento soa vazio quando medidas concretas para enfrentar a crise fiscal são ignoradas em favor de remendos temporários. Até hoje, ecoa na população a farra da CEPERJ. Milhões e milhões de dinheiro público firam utilizados para um projeto político que foi ratificado pela Justiça Eleitoral.
Por fim, é impossível ignorar a contradição gritante entre as metas do Plano Plurianual (PPA), como a erradicação da extrema pobreza, e a realidade fiscal do Estado. Como o governo pretende cumprir esses objetivos ambiciosos sem reverter o déficit, sem revisar a política de renúncia fiscal e sem priorizar investimentos reais nas áreas sociais? O orçamento de 2025 é mais uma prova de que a gestão de Cláudio Castro carece de planejamento e compromisso com uma sociedade mais justa e igualitária.
Se quisermos um Rio de Janeiro melhor, é urgente que a população e os órgãos de controle exijam mais do governador e de seus aliados. Transparência não pode ser usada como desculpa para inércia; o estado precisa de líderes que enfrentem a crise com coragem, inteligência e verdadeira responsabilidade social.