Em um episódio inusitado, a Coligação dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (Colpol) encaminhou um ofĂcio ao prefeito Eduardo Paes solicitando a remoção de barricadas instaladas por criminosos na Rua Pereiro, próximo ao cruzamento com a Estrada da BoiĂșna, na Taquara, Zona Oeste do Rio. No documento, a Colpol destacou que as barricadas estavam "constrangendo o acesso" de policiais à sede campestre da instituição, além de causar sérios impactos na mobilidade urbana local, comprometendo o trĂĄfego de veĂculos e dificultando a circulação de pedestres. Confira um vĂdeo explicando o assunto.
Servidores Municipais Enfrentam Criminosos Armados
Atendendo à solicitação, o prefeito Eduardo Paes instruiu o subprefeito de JacarepaguĂĄ, Igor Augusto, a verificar a situação no local. Ao chegarem, os servidores municipais foram surpreendidos por quatro homens fortemente armados, que apontaram armas em sua direção, impedindo qualquer ação de remoção das barricadas. Em resposta, o subprefeito relatou: "Não conseguimos entrar porque estavam apontando a arma em nossa direção, sem condições de chegar perto". ?
CrĂticas à Inércia do Governador ClĂĄudio Castro
O prefeito Eduardo Paes expressou perplexidade ao receber o pedido da Colpol, ressaltando que a responsabilidade pela segurança pĂșblica recai sobre o governo estadual. Em suas redes sociais, Paes desabafou: "VEJAM QUE SITUAÇÃO BIZARRA! Inversão completa de valores! Estado de anomia! AUTORIDADE! AUTORIDADE! AUTORIDADE!". Ele enfatizou que, embora a prefeitura esteja disposta a colaborar, é imprescindĂvel que as forças policiais estaduais cumpram seu papel no combate ao crime organizado. ?
A situação evidencia uma lacuna na atuação do governador ClĂĄudio Castro, responsĂĄvel direto pela segurança pĂșblica no estado. A inércia do governo estadual tem levado entidades, como a Colpol, a buscar auxĂlio em esferas municipais para questões que deveriam ser tratadas no âmbito estadual. A falta de ações efetivas por parte do governador tem gerado crĂticas e preocupações quanto à segurança na capital fluminense.
Repercussão e Respostas das Autoridades
Em nota, a PolĂcia Civil repudiou a exposição pĂșblica do caso, afirmando que a 32ÂȘ DP (Taquara) jĂĄ estava investigando a situação e que a prefeitura deveria ter acionado as forças de segurança antes de enviar servidores ao local. A corporação destacou que a atitude da prefeitura colocou em risco seus servidores e foi interpretada como uma manobra polĂtica.
O episódio ressalta a necessidade de uma atuação mais coordenada entre as esferas municipal e estadual para enfrentar o avanço do crime organizado no Rio de Janeiro. A população espera que as autoridades competentes assumam suas responsabilidades e promovam ações efetivas para garantir a segurança e o bem-estar de todos os cidadãos.