Coluna Edmar Ptak

ESCÂNDALO EM MACAÉ: QUANTOS MAIS ESTÃO ROUBANDO O POVO?

Por Redação em 19/02/2025 às 21:31:08

A condenação do ex-vereador José Queiróz dos Santos Neto e de seu chefe de gabinete, Ralf Oliveira Gonçalves, pelo esquema da "rachadinha" na Câmara Municipal de Macaé não é surpresa para ninguém. O que assusta não é o crime em si, mas sim a ousadia e a certeza da impunidade com que políticos se aproveitam dos cofres públicos. O flagrante da Polícia Federal em 2018 não deixa dúvidas: era um sistema de extorsão institucionalizado, onde assessores eram coagidos a devolver parte de seus salários sob ameaça de demissão. Isso não é apenas corrupção – é um roubo descarado contra trabalhadores que prestavam serviços ao município.

Mas será que alguém acredita que esse caso é isolado? O esquema da "rachadinha" é um câncer que se espalha por diversas Câmaras Municipais do Brasil, especialmente em cidades pequenas, onde a fiscalização é mais frágil e o eleitorado, muitas vezes, iludido por promessas vazias. Macaé pode ter sido exposta agora, mas o que acontece nas cidades vizinhas? Quantos outros vereadores não estão enriquecendo à custa de funcionários coagidos? O silêncio dos demais políticos diante dessa condenação é um indicativo de que o problema pode ser muito mais amplo do que imaginamos.

A Justiça impôs a José Queiróz a devolução do dinheiro roubado, uma multa e a suspensão dos direitos políticos por 14 anos. Parece um castigo severo, mas será que realmente basta? Quantos políticos já foram afastados, apenas para retornarem anos depois com um novo esquema fraudulento? O sistema permite que essas figuras se reinventem, troquem de partido e voltem a enganar o povo. Se o dinheiro fosse devidamente investido em saúde, educação e infraestrutura, talvez Macaé e tantas outras cidades próximas não estivessem mergulhadas em problemas básicos de gestão pública.

A população precisa acordar. Os cidadãos de Macaé e das cidades vizinhas devem exigir investigações rigorosas em todas as Câmaras Municipais, pressionar o Ministério Público e não se deixar enganar por discursos políticos reciclados. O que José Queiróz fez não foi um deslize, não foi um erro de gestão – foi um crime. E quantos outros estão cometendo os mesmos crimes neste exato momento? O povo precisa exigir transparência, auditar contratações, cobrar promotores e juízes para que casos como esse não fiquem restritos a manchetes passageiras.

Se nada for feito, o esquema da "rachadinha" continuará sendo apenas mais um detalhe podre na política local, um reflexo de um sistema corrompido até a raiz. O povo precisa decidir: vai aceitar ser roubado em silêncio ou vai finalmente reagir?

Comunicar erro
Edmar coluna

Comentários

Edmar