Incêndio em loja no Centro de Campos escancara o caos deixado na gestão da Postura e impõe novo desafio ao Coronel Ibiapina

Um incêndio registrado na tarde desta terça-feira (1º), em uma loja na Rua Barão de Amazonas, no Centro de Campos dos Goytacazes, trouxe à tona o cenário de desordem urbana que tem se agravado nos últimos meses na região central da cidade. O foco do problema? O acúmulo desorganizado de ambulantes nas vias públicas, que dificultou o acesso do Corpo de Bombeiros ao local da ocorrência.

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram os militares tendo que sair da viatura para remover barracas e mercadorias espalhadas pela via, em meio ao desespero de comerciantes e populares. A situação gerou revolta entre lojistas, que se sentem desassistidos pelo poder público. "A gente paga impostos altíssimos e vive nesse caos. Não tem fiscalização, não tem ordem, e agora a tragédia quase acontece de verdade", desabafou um comerciante, que preferiu não se identificar.

O episódio expõe de forma contundente os reflexos da má condução da Fiscalização de Posturas, órgão pertencente a Secretaria de Ordem Pública durante o período em que esteve sob responsabilidade do então secretário Jackson, que saiu agora para assumir como vereador. Durante sua gestão, houve um crescimento descontrolado do comércio informal nas principais vias da cidade, especialmente no entorno do calçadão e da rodoviária. A falta de fiscalização eficaz e de políticas organizadoras deixou o centro urbano vulnerável a situações de risco, como a desta terça-feira.

Diante do cenário de desordem e insegurança, recai agora sobre o recém-nomeado secretário de Ordem Pública, Coronel Ibiapina, a missão de reestabelecer a autoridade do município sobre o espaço urbano. Com larga experiência na área de segurança, o Coronel assume a pasta em um momento delicado, com cobranças crescentes por parte da população e comerciantes que clamam por ordem, organização e respeito às leis de uso do solo.

Especialistas em gestão pública alertam que o desafio não será apenas reativo, mas estratégico: será preciso conciliar a necessidade de manter o centro acessível e seguro com a realidade de ambulantes que também buscam sua sobrevivência. Uma realocação ordenada, diálogo com as classes envolvidas e fiscalização constante são medidas urgentes que devem fazer parte da nova abordagem da pasta.

O incidente desta terça-feira é mais do que um alerta: é um sinal de que a cidade precisa, com urgência, recuperar o controle de seus espaços públicos e garantir a segurança de todos. A gestão de Ibiapina começa sob holofotes e com uma missão clara — reverter o legado de caos e devolver ao centro de Campos a ordem que sua população exige e merece.