O fim dos voos da Azul em Campos dos Goytacazes é o retrato do fracasso das lideranças polÃticas deste paÃs. A partir de 10 de março, uma cidade inteira será isolada por irresponsabilidade e incompetência de gestores públicos que se escondem atrás de discursos inócuos enquanto assistem ao colapso de serviços essenciais sem mover um dedo.
As autoridades municipais se mostraram incapazes de garantir o mÃnimo: que Campos se mantenha conectada ao restante do Brasil. Em vez de atuarem proativamente para reverter a decisão da Azul, preferem declarações genéricas e inúteis. Será que o futuro de uma cidade inteira vale menos do que os interesses obscuros que parecem permear a polÃtica local?
No âmbito estadual, o abandono do interior é gritante. O governo do estado se limita a focar no eixo capital-interior e negligencia completamente a infraestrutura regional. É como se os campistas fossem cidadãos de segunda classe, condenados a depender de rodovias inseguras para se locomover. Até quando o interior do Rio de Janeiro será relegado ao esquecimento?
E o governo federal? Completamente omisso. É inadmissÃvel que o Brasil aceite que cidades importantes como Campos sejam excluÃdas da malha aérea nacional. A desculpa da alta do dólar e dos custos operacionais não cola. Trata-se de uma gestão pública incompetente e incapaz de priorizar o desenvolvimento regional, deixando milhões de brasileiros à margem.
O isolamento de Campos simboliza a falência de um sistema que privilegia o lucro de poucos em detrimento da qualidade de vida de muitos. É um alerta para a população: enquanto a passividade prevalecer, continuaremos a assistir ao desmonte de nossos direitos básicos. Se os gestores não querem ou não sabem agir, que a população exija mudanças. O futuro de Campos depende disso.
G1, Passageiro de Primeira e Revista Oeste, Folha 1.