Enquanto a população de Campos dos Goytacazes enfrenta dificuldades com buracos, trânsito caótico e infraestrutura precĂĄria, um escândalo vergonhoso se desenrola diante dos olhos de todos: o desaparecimento misterioso de paralelepĂpedos retirados das ruas durante obras de asfaltamento. Uma denĂșncia formalizada pelo advogado Edmar Ptak Guimarães ao Ministério PĂșblico expõe o que parece ser um esquema criminoso, onde bens pĂșblicos estão sendo desviados sem qualquer controle ou justificativa.
A prĂĄtica absurda denunciada indica que os paralelepĂpedos, patrimônio do municĂpio, estão indo parar nas mãos de terceiros de forma irregular, configurando um claro desrespeito aos princĂpios bĂĄsicos da administração pĂșblica, como legalidade, moralidade e eficiĂȘncia. Os registros audiovisuais anexados à denĂșncia são claros: caminhões retiram o material sem qualquer fiscalização ou destinação transparente. Para onde vão essas pedras que pertencem ao povo? Quem estĂĄ se beneficiando desse desvio descarado?
O caso fere não apenas a Constituição Federal, mas também a Lei de Improbidade Administrativa. Se comprovadas as irregularidades, os envolvidos devem responder cĂvel, administrativa e criminalmente. Mas a questão vai além da punição: até quando a cidade serĂĄ saqueada por aqueles que deveriam protegĂȘ-la? Até quando veremos nosso dinheiro, nossos bens e nossa dignidade serem dilapidados por um sistema que favorece os espertos e pune os cidadãos honestos com ruas esburacadas e serviços de péssima qualidade?
O prefeito Wladimir Garotinho, cujo nome aparece na denĂșncia como responsĂĄvel pelo suposto desvio, precisa dar explicações urgentes à sociedade. É inadmissĂvel que, em uma cidade jĂĄ combalida por décadas de mĂĄ gestão e escândalos, tenhamos mais um caso de descaso e potencial corrupção. A prefeitura deve ser oficiada imediatamente e apresentar relatórios detalhados sobre a destinação desses materiais. Se hĂĄ uma justificativa legĂtima, que seja apresentada com transparĂȘncia. Se hĂĄ crime, que os culpados paguem.
A população não pode mais aceitar a dilapidação do patrimônio pĂșblico como se fosse algo normal. É hora de exigir respostas, fiscalizar e cobrar punição exemplar para quem usa o bem pĂșblico como moeda de troca ou benefĂcio próprio. O Ministério PĂșblico tem nas mãos uma denĂșncia séria, fundamentada e urgente. Que não haja engavetamento, acordos obscuros ou impunidade. O povo de Campos dos Goytacazes exige justiça.