Atafona está sendo engolida pelo mar, e a única coisa que afunda mais rápido que suas ruas é a dignidade dos governantes que fingem não ver o desastre. O que está acontecendo aqui é uma sentença de morte anunciada, assinada pela omissão criminosa dos políticos e pela conivência de uma gestão medíocre, que ignora os alertas enquanto as águas avançam sem piedade (ASSISTA AQUI).
Os exemplos de contenção do avanço do mar ao redor do mundo são inúmeros, mas, para Atafona, o governo reserva apenas o silêncio e o abandono. Não existe falta de tecnologia, falta de recursos ou falta de exemplos. O que existe é uma elite política que pouco se importa com o destino de uma população que grita por socorro. Enquanto Atafona se desfaz, os responsáveis estão sentados em gabinetes refrigerados, ocupados demais com seus próprios interesses para agir.
E não bastasse a negligência na contenção do mar, o rio Paraíba do Sul é alvo de um massacre silencioso. A ganância seca suas margens, desvia suas águas e mata seu curso. Cada litro roubado do rio é um golpe contra a vida da região. Mas, como sempre, o dinheiro fala mais alto que a consciência ambiental. As autoridades não apenas permitem essa destruição, como se tornam cúmplices ao ignorá-la.
Atafona não precisa de promessas ou de discursos baratos. Precisa de ação. Precisa de medidas concretas que tragam resultados reais. E precisa de uma população que não aceite ser esquecida. A Caminhada Cidadã não pode ser apenas um evento simbólico, mas um marco para um levante popular contra essa imundície institucionalizada.
Se nada for feito agora, amanhã será tarde demais. O mar não espera. O rio não se regenera sozinho. E a paciência do povo tem limite. Quem vai responder pelo que está acontecendo? Porque, se Atafona desaparecer, os verdadeiros responsáveis terão nome e sobrenome. E não serão esquecidos.