O Brasil conseguiu um novo feito histórico: transformar o ovo, um dos alimentos mais básicos e acessíveis, em um artigo de luxo. Enquanto políticos e empresários seguem engordando suas contas bancárias, o povo assiste ao preço do único substituto viável da carne disparar sem qualquer controle. Isso não é uma crise momentânea, é um projeto. Um país que exporta toneladas de comida e deixa sua população faminta só pode ser governado por cúmplices da desigualdade.
As desculpas esfarrapadas para esse absurdo não convencem mais ninguém. Faz calor? Sempre fez! O milho está caro? Está, mas por que não há políticas para evitar que um insumo essencial tenha preços tão voláteis? A verdade é simples: porque não há interesse. Não há planejamento. Não há governo eficiente. Há, sim, uma máquina predatória que opera para arrancar até o último centavo do trabalhador e transformá-lo em lucro para grandes corporações.
Enquanto o brasileiro rala para pagar um ovo, os Estados Unidos aumentam a importação do produto, pagando mais e garantindo seus estoques. O que acontece? O ovo some daqui ou encarece para que o mercado externo seja priorizado. E não venham com a conversa fiada de que "exportação é mínima". É mínima até começar a afetar diretamente o que sobra para o brasileiro. Já vimos isso acontecer com a carne e agora estamos vendo com os ovos. O Brasil não é um país, é um supermercado a céu aberto onde a prateleira sempre está vazia para quem realmente precisa.
E os gestores públicos? Sumidos, omissos ou ocupados demais criando narrativas para justificar sua total incompetência. Qual é o plano para evitar que a alimentação básica se torne inacessível? O plano é nenhum. É ver o pobre se virando com o que der, enquanto eles continuam fingindo surpresa com o óbvio. Se nem um ovo o brasileiro pode mais comprar, o que sobra? Comer vento?
Chegamos ao ponto em que sobreviver no Brasil virou um ato de resistência. Comer um ovo por dia agora é uma vitória, e isso deveria ser inaceitável. Mas, enquanto o povo aceita calado, os preços sobem, os mercados lucram, os políticos fingem que não veem e a fome se alastra. Até quando?
UOL (link aqui)