O calendário está prestes a mudar, faltam poucas horas. "Chegamos a 2025". Para muitos, esse novo ano é um marco de esperanças renovadas, sonhos a serem realizados e metas a serem alcançadas. No entanto, há quem não tenha chegado até aqui. São aqueles que ficaram pelo caminho em 2024, levados pela finitude da vida, pelas tragédias inesperadas, pelas doenças cruéis ou, simplesmente, pelo curso natural do tempo. Neste instante de celebração e planos futuros, é importante fazermos uma pausa para pensar neles — e em nós mesmos.
Cada uma dessas pessoas tinha uma história, sonhos interrompidos, desafios enfrentados e legados deixados. Alguns partiram cedo demais, deixando em nós a dor de tudo o que poderia ter sido. Outros, talvez, cumpriram longas jornadas, mas ainda assim partiram com saudade nos corações que tocaram. Suas ausências nos ensinam a valorizar mais intensamente aquilo que muitas vezes tomamos como garantido: o privilégio de estar aqui, agora.
A vida é frágil, como uma chama que se mantém acesa em meio ao vento. Ainda assim, em sua fragilidade, ela carrega uma força extraordinária. O fato de você estar vivo para ler estas palavras é prova disso. Sobrevivemos aos desafios de um ano que ficou para trás: a pandemia que ainda assombra, os acidentes que abalaram lares, as injustiças que ceifaram vidas, as batalhas pessoais que quase nos quebraram. Não são apenas os outros que ficaram; muitos de nós também estivemos à beira de quedas.
Mas estamos aqui. E isso não é pequeno. Respiramos, amamos, lutamos e temos a oportunidade de transformar este novo ano em algo maior, mais significativo. É momento de nos perguntar: temos realmente reconhecido o privilégio de viver? Será que abraçamos nossas pessoas queridas o suficiente? Ou temos perdido tempo demais com mágoas, distrações banais e o peso de preocupações futuras?
A ausência daqueles que partiram nos ensina sobre presença. Ensina que não há nada mais valioso do que estar ao lado de quem amamos, compartilhando risos, silêncios e até mesmo as dificuldades da vida. É na partilha do tempo — essa moeda irrecuperável — que encontramos o sentido de tudo. Cada instante que temos é uma oportunidade para amar melhor, agradecer mais, perdoar mais rápido e sonhar sem medo.
Portanto, ao celebrar a chegada de 2025, que nosso brinde não seja apenas às conquistas e planos, mas também à dádiva de estarmos vivos. Que cada batida de nosso coração nos lembre do quanto somos afortunados por ainda podermos estar aqui, por termos saúde, amigos, família e a capacidade de criar memórias. Que o ano que começa seja marcado por mais gratidão, menos pressa e mais humanidade.
Que os que ficaram em 2024 não sejam esquecidos, mas se tornem faróis que nos guiem para um viver mais pleno e consciente. Afinal, é ao lembrar da transitoriedade da vida que aprendemos a valorizá-la. E que em cada amanhecer de 2025 possamos respirar fundo e dizer: "Obrigado por mais um dia".