O governo federal tenta, mais uma vez, mascarar sua incompetência com medidas superficiais que não atacam a verdadeira causa da inflação dos alimentos. Em um país onde a produção agrícola é uma das maiores do mundo, culpar a oferta de alimentos pelo aumento dos preços é uma narrativa frágil e desonesta. O problema real está no desequilíbrio fiscal do próprio governo, que onera a economia, aumenta os custos de produção e, consequentemente, impulsiona a inflação.
As ações anunciadas pelo governo são um alívio momentâneo que, na prática, não resolvem nada. Zerar impostos sobre produtos importados pode parecer uma solução imediata, mas prejudica diretamente a produção nacional, que já enfrenta dificuldades devido a políticas públicas mal planejadas. Em vez de incentivar o produtor rural brasileiro, o governo prefere privilegiar importadores, enfraquecendo ainda mais a economia interna.
A transferência do peso do desequilíbrio fiscal para os produtores rurais é uma decisão desastrosa. O agronegócio é um dos pilares da economia nacional e deveria ser tratado com mais seriedade. No entanto, em vez de soluções estruturais e de longo prazo, o governo insiste em remendos que não apenas falham em conter a inflação, mas também comprometem o futuro da produção agrícola brasileira.
Enquanto o governo tenta vender soluções ineficazes, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) cobra o início das tratativas do Plano Safra 25/26, que deveria garantir recursos adequados, acesso pleno ao crédito e taxas de juros justas para os produtores. Além disso, até agora, o governo não deu qualquer resposta sobre as medidas estruturantes apresentadas pela FPA em conjunto com o setor produtivo. Ignorar esses pedidos é um claro sinal de descaso com um setor que sustenta o país.
O Brasil precisa de políticas que fortaleçam a produção nacional, reduzam a carga tributária e ofereçam suporte real aos produtores. Medidas paliativas não resolvem o problema e apenas prolongam a crise. O governo precisa parar de maquiar a realidade e encarar a inflação com seriedade, antes que a situação se agrave ainda mais.