A situação do mercado de trabalho em Campos dos Goytacazes se agrava a cada ano, evidenciando a ineficiência do poder público em reverter um cenário alarmante. Em 2024, a geração de empregos na cidade caiu 25% em relação ao ano anterior, representando um déficit de 1.012 vagas. O número é ainda mais preocupante quando se percebe que a situação atual é pior até mesmo do que a de 2021, quando a economia ainda sofria os impactos severos da pandemia da Covid-19. Assista ao vÃdeo explicando a situação.
Mas o problema não se restringe apenas à quantidade de vagas. O maior polo universitário do interior do Rio de Janeiro tem falhado em oferecer oportunidades de trabalho para os profissionais que forma. Apenas 24 vagas de nÃvel superior foram criadas em Campos no último ano, o que representa menos de 1% do total de novos postos de trabalho na cidade. Na prática, isso significa que os recém-formados do Instituto Federal Fluminense (IFF), da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e de outras instituições locais precisam buscar oportunidades fora.
O destino mais comum para esses profissionais é Macaé, que ainda se mantém como um polo de empregos na indústria de óleo e gás, ou o Porto do Açu, em São João da Barra. Outros simplesmente deixam a cidade para tentar a sorte em centros urbanos maiores, agravando ainda mais o êxodo de talentos de Campos.
A falta de polÃticas públicas eficazes para a atração de investimentos e a diversificação da economia é um dos principais fatores desse declÃnio. Enquanto cidades vizinhas investem na qualificação da mão de obra e na captação de empresas, Campos parece estagnada, sem apresentar projetos concretos para reverter esse quadro. O resultado é uma economia frágil, com poucas oportunidades e uma população cada vez mais desmotivada.
Se a gestão municipal não mudar sua postura e adotar medidas urgentes para estimular a criação de empregos, Campos dos Goytacazes corre o risco de se tornar uma cidade cada vez mais dependente de empregos públicos e do comércio local, sem capacidade de reter sua mão de obra qualificada. A inércia do poder público precisa acabar antes que o municÃpio afunde ainda mais no desemprego e na falta de perspectivas.