Em um episódio alarmante, uma juíza negra que atua em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, foi alvo de ataques racistas proferidos por um advogado. As ofensas, que faziam referência à "senzala", geraram indignação e reacenderam o debate sobre a persistência do racismo estrutural no sistema judiciário brasileiro. O caso expõe a vulnerabilidade de profissionais negros, mesmo em posições de poder, e a urgência de medidas efetivas para combater o preconceito racial.
O ataque racista, que ocorreu durante uma sessão judicial, revela a persistência de uma mentalidade escravocrata que busca desumanizar e inferiorizar pessoas negras. A referência à "senzala" é um símbolo de opressão e violência que remete a um passado de exploração e desigualdade. A repercussão do caso nas redes sociais e na mídia evidencia a indignação da sociedade e a necessidade de punição exemplar para o agressor.
Este incidente lança luz sobre a sub-representação de profissionais negros no Judiciário e a necessidade de promover a igualdade racial em todas as instâncias do sistema. A luta contra o racismo exige ações concretas, como a implementação de políticas de inclusão, a promoção de debates sobre diversidade e a punição rigorosa de crimes raciais. A sociedade brasileira precisa reconhecer a gravidade do racismo estrutural e unir esforços para construir um futuro mais justo e igualitário.
O caso da juíza em Campos dos Goytacazes não é um incidente isolado. Ele reflete a persistência do racismo em diversos setores da sociedade brasileira, inclusive no Judiciário. A luta contra o racismo exige um esforço conjunto de todos os setores da sociedade, incluindo o Judiciário, o Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a sociedade civil. É fundamental que as instituições ajam com rigor para punir os responsáveis por atos racistas e promover a igualdade racial.
Ações afirmativas, como cotas raciais em concursos públicos e universidades, são importantes para promover a igualdade racial, mas não são suficientes. É preciso investir em educação antirracista, promover o debate sobre diversidade e combater o racismo em todas as suas formas. A sociedade brasileira precisa reconhecer a gravidade do racismo estrutural e unir esforços para construir um futuro mais justo e igualitário.
NOTA DE REPÚDIO TJRJ
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro repudia as manifestações racistas direcionadas à magistrada Helenice Rangel, titular da 3ª Vara Cível de Campos dos Goytacazes.
As declarações proferidas pelo advogado José Francisco Abud são incompatíveis com o respeito exigido nas relações institucionais e configuram evidente violação aos princípios éticos e legais que regem a atividade jurídica.
Tal comportamento, além de atingir diretamente a honra pessoal e profissional da magistrada, representa uma grave afronta à dignidade humana e ao exercício democrático da função jurisdicional.
O Tribunal se solidariza com a juíza Helenice Rangel e informa que encaminhou o caso ao Ministério Público e à Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Rio de Janeiro (OAB/RJ), para apuração rigorosa das responsabilidades nas esferas criminal e disciplinar.
Reitera-se o compromisso permanente contra qualquer forma de discriminação ou preconceito, sobretudo o racismo, prática criminosa que deve ser amplamente repudiada e combatida por toda a sociedade.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
O Globo (clique aqui)