A Guarda Civil Municipal (GCM) de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, estĂĄ no centro de uma grave denĂșncia que expõe um preocupante caso de violĂȘncia psicológica dentro da própria corporação. Um ex-gerente do setor de Transporte Interno e Trânsito estĂĄ sendo investigado pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) após, supostamente, ter apontado uma pistola para a cabeça de uma agente durante uma discussão dentro da sede da GCM.
O episódio teria ocorrido no dia 13 de fevereiro de 2025, nas dependĂȘncias do Setor de Trânsito da instituição. Segundo o depoimento da vĂtima, ao discordar de uma orientação do então gerente, ela foi surpreendida com uma reação extrema: o superior abriu uma gaveta, retirou uma pistola e a apontou diretamente para sua cabeça. Em tom ameaçador, teria dito: "Comigo as coisas funcionam de outra forma". A agente conseguiu fugir da sala em desespero, profundamente abalada pela situação.
Testemunhas que presenciaram ou estavam próximas no momento do ocorrido jĂĄ foram identificadas e estão sendo ouvidas pela polĂcia. A DEAM conduz a investigação como violĂȘncia psicológica, tipificada pela legislação brasileira, e o caso levanta sérias questões sobre a segurança e o ambiente de trabalho dentro da corporação.
A servidora confirmou os detalhes à imprensa local, mas até o momento a Prefeitura de Campos dos Goytacazes não se pronunciou oficialmente sobre o caso nem informou se foram tomadas medidas internas contra o acusado.
A denĂșncia reacende o debate sobre a necessidade de polĂticas eficazes de proteção às mulheres dentro dos órgãos de segurança pĂșblica, onde o machismo estrutural e o abuso de poder ainda são realidades enfrentadas por muitas profissionais.
Enquanto a investigação segue, cresce a pressão para que a GCM e o municĂpio tomem providĂȘncias exemplares, garantindo que a corporação seja um espaço seguro, respeitoso e livre de qualquer forma de intimidação – inclusive dentro das próprias fileiras.