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Educação e Política

A FACE DA DECADÊNCIA: A ESCOLA PÚBLICA DE CAMPOS E O EXEMPLO QUE NÃO SE DEVE SEGUIR.


A escola pública, em seu conceito mais essencial, é um espaço de aprendizado, ética e construção de caráter. No entanto, o episódio recente envolvendo profissionais consumindo álcool e se aproveitando da merenda escolar na Escola Municipal Lúcia Caldas, em Campos dos Goytacazes, escancara a hipocrisia de um sistema que deveria priorizar o futuro das crianças e a moralidade. A placa de inauguração assinada pelo ex-prefeito Anthony Garotinho, em 1990, carrega em seu metal a promessa de formar cidadãos para a sociedade. Mas, 34 anos depois, o que temos? Um espetáculo deprimente de desrespeito e falta de responsabilidade.

Quando se observam tais acontecimentos, uma questão emerge com força: os valores e princípios que essa instituição se propõe a ensinar foram esquecidos? Na teoria, escolas são ambientes sagrados, intocáveis, onde a ética deve ser exemplar, mas a prática revelada por esse episódio na Lúcia Caldas mostra exatamente o oposto. Como esperar que alunos absorvam lições de honestidade e cidadania se, entre quatro paredes, os próprios profissionais protagonizam uma realidade que envergonha a sociedade?

O atual prefeito, Wladimir Garotinho, filho de Anthony, conhece bem essa placa inaugural assinada pelo seu pai, ou ao menos deveria. Ele deve saber que o papel da escola é formar cidadãos, mas parece ignorar o impacto negativo que episódios como esses têm sobre a confiança da comunidade escolar. Sua administração deveria, antes de mais nada, garantir que tais práticas vergonhosas não ocorram no ambiente escolar. Afinal, a política precisa também de exemplos concretos para dar ao cidadão o direito de confiar em suas promessas.

Os alunos, jovens mentes em formação, observam o comportamento dos adultos ao redor e, naturalmente, procuram modelos a seguir. E aqui está o grande problema: que exemplos estão sendo oferecidos a esses estudantes? A placa de inauguração, fria e estática, perde seu valor diante de ações tão irresponsáveis, que revelam uma completa desconexão entre o que é ensinado e o que é praticado. Uma instituição que deveria servir de farol ético tornou-se palco de uma série de comportamentos reprováveis, comprometendo a integridade do próprio sistema de ensino.

Não é apenas uma questão de falta de ética dos profissionais envolvidos; é uma reflexão amarga sobre a negligência que permeia os setores públicos. A comunidade de Campo Limpo, que já sofre com tantos desafios da ausência do poder público municipal, merece uma escola que honre seu papel. Entretanto, o que se presencia são atitudes que destroem a credibilidade de toda uma rede de ensino e jogam a confiança da população no lixo.

A situação exige que o prefeito Wladimir tome uma posição firme. Sua reação e postura diante desse episódio dirão muito sobre seu compromisso com a educação e com a moralidade pública. Ignorar ou relativizar os acontecimentos seria um erro grave, pois envia a mensagem de que comportamentos condenáveis são aceitáveis dentro da esfera pública. É preciso responsabilidade e coragem para limpar a imagem dessa escola municipal, não deixar de forma alguma que isso se repita nas demais instituições de ensino de toda a rede pública municipal, e reafirmar o que realmente importa na educação pública.

No final das contas, a placa de 1990, assinada por Anthony Garotinho, o próprio pai do atual prefeito, pode até simbolizar valores antigos, mas ela não faz o menor sentido se as pessoas que administram e atuam no espaço escolar não tiverem o mínimo respeito pelo próprio papel que deveriam cumprir.

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