O possÃvel fechamento da Escola Municipal Manoel Simões de Rezende (ASSISTA AO VÃDEO AQUI) representa mais do que uma simples reorganização administrativa; trata-se de um ataque direto ao direito à educação e à dignidade das comunidades vulneráveis. Pais, alunos e moradores protestam, mas suas vozes têm sido negligenciadas por uma gestão que parece tratar a educação como um fardo financeiro, e não como um pilar fundamental para o desenvolvimento social.
A decisão de não aceitar matrÃculas e de transferir os alunos do 6º ano para uma escola distante e sem infraestrutura adequada demonstra total desprezo pelas necessidades da comunidade local. A justificativa apresentada pela Secretaria de Educação é frágil e desrespeitosa, especialmente quando os próprios pais denunciam a falta de diálogo inicial e o descaso com os impactos pedagógicos e logÃsticos. Essa postura não apenas ignora os direitos básicos das crianças, mas também rompe laços comunitários consolidados há décadas.
O caso torna-se ainda mais grave ao considerar a precariedade da infraestrutura da escola, como a falta de manutenção elétrica e hidráulica. O descaso com essas demandas, repetidamente notificadas, revela uma gestão pública ineficaz e desconectada da realidade. Ao invés de resolver os problemas estruturais e investir em melhorias, opta-se por encerrar atividades e transferir a responsabilidade para outras unidades igualmente carentes de recursos. Isso é inadmissÃvel em um municÃpio que deveria priorizar a educação como base de transformação social.
Outro ponto de extrema preocupação é a segurança das crianças. A transferência para uma escola no centro da cidade, sem transporte escolar adequado, coloca alunos em situação de risco. O argumento de que não há ônibus suficientes é inaceitável, especialmente quando há verba destinada para esse fim. É inadmissÃvel que crianças sejam expostas a perigos em vias expressas por conta da incompetência ou má gestão de recursos públicos. Essa negligência é um reflexo do quanto a vida e o bem-estar dos mais jovens são desvalorizados por aqueles que deveriam protegê-los.
O fechamento de uma escola com mais de 60 anos de história é um golpe duro para a comunidade local. Mais do que um espaço de ensino, a Escola Manoel Simões de Rezende é um sÃmbolo de pertencimento e identidade. Ao fechar suas portas, não se está apenas privando as crianças do acesso à educação de qualidade, mas também destruindo parte da memória coletiva de uma comunidade que já enfrenta inúmeras adversidades.
A justificativa da Secretaria de Educação, de que as tratativas são "democráticas e transparentes", soa como um insulto diante das denúncias de que o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) foi proibido de participar da reunião com os pais. A exclusão de vozes importantes nesse debate revela que o processo é tudo, menos transparente. Fica claro que a decisão já está tomada, e as reuniões não passam de um teatro para acalmar os ânimos.
Este caso é um alerta para a sociedade: o descaso com a educação é uma afronta aos direitos humanos. É urgente que as autoridades repensem essa decisão e priorizem o investimento em infraestrutura, transporte e diálogo verdadeiro com as comunidades. Fechar escolas é retroceder décadas no desenvolvimento social, e a população de Campos dos Goytacazes merece muito mais do que o abandono e a negligência de seus governantes.
Folha 1