A gestão do prefeito de Campos dos Goytacazes, Wladimir Garotinho, dá mais um passo rumo ao abismo da irresponsabilidade ao suspender, por tempo indeterminado, o contrato de 132 Agentes de Combate às Endemias (ACEs). Essa decisão, embalada pelo chamado "pacote de austeridade", expõe não apenas a insensibilidade administrativa, mas também o total descaso com a saúde pública da população campista. Em pleno verão, período de proliferação desenfreada do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue e chikungunya, a Prefeitura vira as costas à prevenção e condena os cidadãos ao risco de uma epidemia iminente.
Os argumentos apresentados pela administração municipal beiram o deboche. O prefeito alega que o teto de profissionais estabelecido pelo Ministério da Saúde impede a manutenção dos contratos. No entanto, o mesmo governo que se diz de "austeridade" continua expandindo cargos políticos e mantendo privilégios, especialmente na Secretaria de Governo comandada por Caio Vianna. A narrativa de contenção de gastos soa como um insulto à inteligência da população, que paga o preço pela incompetência de uma gestão incapaz de priorizar o essencial.
Enquanto a saúde pública é precarizada, o prefeito Wladimir e sua equipe optam por medidas que parecem mais orientadas por conveniências políticas do que pelo bem-estar dos campistas. É inadmissível que, em um cenário de risco sanitário, a Prefeitura utilize como escudo uma suposta dependência do governo federal. Ora, se a administração sabe que o Ministério da Saúde repassa recursos apenas para agentes vinculados permanentemente, por que realizou contratações temporárias sem um plano de sustentabilidade financeira?
A justificativa de que os contratos temporários previam suspensão ou rescisão em "conveniência da administração" não ameniza a gravidade do problema. Pelo contrário, escancara a negligência de um governo que não se planejou para manter os serviços essenciais funcionando. A falta de compromisso com a continuidade dessas ações preventivas demonstra que a gestão está desconectada das necessidades reais da população, sobretudo das comunidades mais vulneráveis.
A decisão de suspender os contratos em um período crítico de chuvas, somada à incapacidade de obter avanços significativos junto ao Ministério da Saúde, é reflexo de uma liderança ineficaz. Apesar da votação recorde de 192 mil eleitores, o prefeito Wladimir Garotinho mostra que popularidade nas urnas não é sinônimo de competência no governo. O abandono das políticas públicas essenciais, como o combate às endemias, é um duro golpe em sua credibilidade.
A sociedade campista precisa reagir. É hora de exigir uma gestão transparente, eficaz e responsável. A saúde pública não pode ser refém de disputas políticas ou desculpas mal embasadas. O futuro de Campos dos Goytacazes não será construído com medidas paliativas e cortes irresponsáveis, mas com compromisso real com o bem-estar de sua população. Se o prefeito e sua equipe não estão à altura do desafio, que abram caminho para quem esteja.