O município de Campos dos Goytacazes, com seus 519 mil habitantes e 234 mil domicílios, encerrou 2024 sob um manto de ações e investimentos maciços do Governo Federal, enquanto a administração local, sob o comando do prefeito Wladimir Garotinho, pareceu ser apenas uma espectadora de luxo. Dados revelam que, dos R$ 3,35 bilhões que movimentaram a cidade neste ano, a esmagadora maioria foi gerida e executada por iniciativas federais, expondo uma inércia preocupante do governo municipal na geração de projetos próprios e no protagonismo do desenvolvimento local.
Em áreas essenciais, como educação e saúde, o papel do prefeito foi praticamente nulo. Programas como o Pé-de-Meia, que beneficiou 9,76 mil estudantes, e o Farmácia Popular, que atendeu 65,4 mil pessoas com medicamentos gratuitos, são frutos diretos de políticas nacionais. Enquanto isso, a gestão local parece descompassada ao não apresentar iniciativas robustas para complementar esses esforços ou, pior, ao depender completamente de repasses federais para manutenção de serviços básicos. É inadmissível que a cidade conte com 69 médicos do Mais Médicos, dos quais 45 só chegaram após 2023, enquanto a administração municipal falha em estruturar um sistema de saúde próprio e eficiente.
A infraestrutura urbana também evidencia o descaso. Projetos do PAC, como a construção de Unidades Básicas de Saúde, a restauração do Solar de Santo Antônio e a aquisição de 106 ônibus elétricos, são iniciativas diretamente articuladas pelo Governo Federal. Onde está o planejamento local para atender às crescentes demandas de mobilidade e urbanização sustentável? A gestão Wladimir Garotinho deveria ser a principal articuladora de soluções para o caos urbano que a cidade enfrenta, mas parece se contentar em ser coadjuvante em ações planejadas por outras esferas de governo.
No campo social, a situação não é diferente. Com 58,8 mil famílias recebendo o Bolsa Família e 28,3 mil com o Auxílio Gás, os números são alarmantes e refletem a fragilidade econômica de uma cidade que, em tese, deveria ter potencial para gerar empregos e oportunidades. Embora 7,6 mil novos empregos formais tenham sido criados desde 2023, esse número está muito aquém do necessário para reverter a dependência dos cidadãos por programas sociais. Onde estão as políticas públicas municipais para fomentar o empreendedorismo, atrair investimentos privados e desenvolver o mercado de trabalho?
O prefeito Wladimir Garotinho não pode continuar se escondendo atrás das ações federais para justificar a paralisia de sua gestão. Campos dos Goytacazes é um município com enorme potencial econômico e cultural, mas sofre com uma liderança política que prioriza o discurso em detrimento da ação. Chegou a hora de a cidade exigir mais de seus líderes locais, pois a dependência excessiva do Governo Federal não apenas evidencia a incompetência administrativa como também deixa a população vulnerável às mudanças de gestão em Brasília. A prosperidade de Campos só será alcançada quando seus governantes assumirem a responsabilidade que lhes cabe.
Resumo dos investimentos federais em CAMPOS DOS GOYTACAZES em 2024 (ACESSE AQUI).